terça-feira, 12 de maio de 2015

POEMA DAS MÃOS

Mãos nunca faltam no mundo. O mundo está repleto de mãos! Tem mãos que vão bem ao fundo, enquanto outras buscam outros vãos! Tem mãos que se dão dia a dia a traçar mil caminhos. Tem mãos que falam e bailam a dança da alegria! Tem mãos que bordam com ternura os contornos dos carinhos, enquanto outras escorregam por corrimões de marfim. Tem mãos que são como corações e tudo que tocam se transforma em um jardim! Tem as mãos das bençãos que oferecem o pão sagrado e o vinho santo! Mas tem as mãos da desavença que levam tantas almas ao pranto! Tem mãos que são sempre a favor, enquanto outras por aí vão a andar na contramão! Tem mãos de ajuda e do amor, assim como tem aquelas da desunião. Tem mãos que são mãos do destino e aparecem tão repentinamente como uma única mão de pintura. Tem mãos que anunciam como sino e oscilam entre a graça e a amargura, pelo menos não são mão única. Tem as mãos de via dupla, olhando de cima se parecem com uma túnica! Tem também as mãos da minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa! São as mãos da mais pleonástica repetição! Tem mãos que são mãos do tempo e semeiam estrelas pelo vento! São mãos da mais elástica condição! Tem mãos que não encontram sequer o tempo de estender seu gesto de perdão! Não sabem a falta que fazem ao mundo, mesmo que o mundo esteja repleto de mãos!

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