domingo, 18 de março de 2018

Poema do Encantamento

Ó Grande Criador dos Mundos, permita-me ser aquele que veio para olhar através das venezianas das janelas fantásticas do ilusório e perceber o abrir em leque do esplendor da simplicidade dos lírios escondidos sob suas alfombras e sentir ao meu redor o seu perfume! Que eu seja aquele que chegou para adentrar pelas frestas ressurgidas do traje do aparente e que me aprofunde no mais longínquo de tudo aquilo que está tão perto sob as narinas de todo mundo, mas que ninguém consegue pressentir o movimento de suas sombras e vultos. Que eu venha para abrir todas as bandas das janelas do tempo sobre o manto da invisível realidade eterna, enquanto meus passos dancem sobre o 3D além da matrix do pleno vazio à primeira vista. Esta primeira impressão de que tudo é um aceno de adeus, de que tudo popularmente passa, não seja meu foco perpétuo, mas meu fogo ardente siga o bater amigo de todas as horas nas portas dos meus dias e que cada noite seja uma noite e meia completa para o amanhecer seguinte diante do carrossel do real e não da passagem mayântica das puras aparências. Que eu saiba que o melhor de tudo é que tudo não está na superfície como se possa apreender o mundo, pois seu sentido está invertido e quando tudo vira de cabeça para baixo, é na diluição do que pensamos estar perdendo que percebemos a bruma secreta do silêncio atemporal, além da interface profana, para mais além onde as luzes jamais se apagam.

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