domingo, 12 de maio de 2013

Por que Chico Prego abandonou seu paraíso?

Os motivos foram suficientes para Chico Prego abandonar aquele mundo embutido nas serras. Não há dúvidas, qualquer ser humano com um palito de percepção, não entenderia tal decisão. Mas ao ouvir os relatos, incluindo o último bombástico, daria toda a razão ao nosso personagem. Os casos em sequência rompem com a resistência de todos os pregos. Até mesmo os pregos de cabeceira de ponte. Veja no íntimo desta alcunha, a inteligência de uma concubina ao repensá-lo no devido ato. Antes e depois do feito, para não chamá-lo prego dezessete por vinte e um, preferiu-lhe carimbar-lhe simplesmente prego. A primeira pancada na sua alma foi dada por um macaco. Macacos sobravam naquelas matas. Ganhou um de seu padrinho. No início, tudo foi uma maravilha. Ele chegou pequenininho como uma criança dada a um casal sem filhos. Sua mulher tratou-lhe devidamente à altura de sua criancice. Deu-lhe de mamar com carinho e amor. O macaco foi crescendo e continuando a mamar. Chegou ao ponto de Chico desconfiar daquela mamança sem fim. Ganhou como aviso uma mordida no braço, deixando-o incapaz de puxar uma arma em momento desafiador. Tornara-se vulnerável naquele mundo tão belo e ao mesmo tempo ameaçador. Bravejou em soltar o macaco em sua mata natural. A mulher fincou pé no chão. Não! A mata dele é aqui em casa mesmo! Aborrecido, largou a choupana e foi morar pelos arredores na beira do rio. Não se esqueceu de levar seu burro. Bicho brabo amansado por ele mesmo. Mas o camarada começou a ficar teimoso de uma hora para outra. Foi na curva da estrada em direção ao outro patrimônio, quando ocorreu uma coisa nunca vista. O burro empacou. Chicão batia e batia nele. Nada! Nem um palmo pra frente. De repente o burro foi murchando e encolhendo. Quando estava no couro e no osso, esticou rapidamente. Chicão voou à frente, caindo sentado em cima de uma cobra jararaca. Esta lhe plantou o dente no bumbum. Foram seis meses se tratando e dormindo sobre folhas de bananeiras. Como o bumbum tem duas bandas, uma das bandas se resumiu numa corneta. Ele continuava no seu ofício. Castrador profissional de animais. Uma vez, um circo pagou-lhe para castrar um leão. Ninguém sabe como, pois o bicho já havia comido a mulher do domador. Incluindo um ensaio de um abraço fatal na filha do dono do circo. Inspirado no profeta hebreu Daniel, ele passou fezes de leão pelo corpo e ainda deu-lhe vinte quilos de carne, antes da cirurgia. Como era carne de porco com batedeira, o leão desmaiou e dormiu três dias. O último lance de Chicão, aquele fulminante ao nível de exilá-lo para sempre, foi realmente com um porco. Tantos porcos castrara de se gabar castrá-los até mesmo vendado. Saiu cedo de casa com sua faquinha amolada. Sem camisa, chapéu de couro na cabeça, com aquela bermudona larga ganhada do palhaço do circo. Colocou a cabeça do suíno entre as pernas, o joelho apertando sua barriga para a operação fatal. Não percebeu seus testículos aparecendo na boca da perna do bermudão. O porco não perdeu tempo. Inhaco! Num golpe fulminante arrancou-lhes e devorou seus testículos. Meses e meses para a cura. Podemos chamá-lo de herói? Com certeza venceu todas as intempéries possíveis. Mora na periferia de uma metrópole. Vive limpando quintais e tomando suas pingas de quando em quando. Corno por causa da safadeza de um micoleão danado, manco de uma perna, murcho de uma banda do bumbum e castrado. Péssimo fim para um homem apelidado por uma dama da noite de Prego, por ser dezessete por vinte e um, antes e depois do sexo. Logo ele, que se dizia dezenove por vinte e sete!

Nenhum comentário:

Postar um comentário